quarta-feira, 28 de julho de 2010

Jornalismo x Direito parte 1

Olá galera,

Conforme prometido em postagem anterior, darei meus pitacos acerca do que entendo ser mais relevante sobre o tema proposto.

De notar-se, com o sugestivo tema "Jornalismo x Direito" tento explicitar aos meus leitores, meu humilde e indignado ponto de vista desta que parece a maior batalha a ser vencida pelos profissionais do jornalismo, não só em nosso Estado, mas no país inteiro.

Falando em Estado, quantas vezes nós nos deparamos com notícias veiculadas tratando de nosso Estado de Mato Grosso do Sul, como simples Mato Grosso?

Pois é, não parece, mas é algo que afeta diretamente o direito. Direito previsto no primeiro artigo da Constituição Estadual (pasmem, Mato Grosso do Sul tem sim uma Constituição Estadual), onde vemos no inciso I, a defesa da autonomia como unidade federativa.

Ora, os jornalistas deveriam atentar-se a isso, não? Afinal é lei! Tudo bem, deixaremos passar essa questão de prova, mas ainda acredito que tem gente nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro que acham que caminhamos nas ruas com cobras no pescoço e domamos onça para ser animal de estimação.

Com essa breve introdução, tentaremos aprofundar.

Rotineiramente somos surpreendidos pela guerra travada pelos Jornalistas com as normas legais ou com sua interpretação.

Comum de se ver também, a exposição errônea de sentimento quando da transmissão da informação à população.

Vimos recentemente a luta dos profissionais da área de jornalismo buscando uma legislação que obrigasse a graduação acadêmica àqueles que quisessem adentrar ao meio jornalístico.

De um todo correto, podendo-se permitir algumas alterações, sob pena de ferir de morte princípio basilar da Constituição Federal, qual seja, a liberdade de expressão.

Mas, o que mais chama a atenção é quando nossos profissionais da área tentam interpretar a Lei.

Principalmente quando o assunto envolve matéria de direito penal, crimes em geral.

Não obstante a necessidade de explicar o que se sucede à população, instigando a massa a refletir sobre os problemas sociais e a necessidade de mudança, quando os dignissímos donos dos microfones interpelam suas razões de parecer, ou para aparecer.

Quem ainda pensa que o jornalismo é imparcial ainda não retirou o tapa olho ou infelizmente não tem conhecimento suficiente para formar opinião própria, ainda que equivocada.

Se analisarmos friamente, a mídia faz condenar ou absolver de acordo com seus interesses. Interesses esses que ultrapassam a fronteira do bom senso.

Não obstante à tentativa de opinar quando não se tem conhecimento técnico para tal ato, a mídia é capaz ainda de envaidecer a todos que circunda.

Pessoas cujo conhecimento técnico no direito se deixam levar pelo "estrelismo" de estar em rede nacional.

Cito como exemplo, os casos "Nardoni" e "Bruno" .

As emissoras de televisão deram ênfase na morte trágica de uma criança indefesa, vítima de lá se sabe quem, mas condenou antecipadamente os pais.

O Ilustríssimo membro do Ministério Público viu aí a chance de mostrar sua ilustre face aos quatro cantos do Brasil, mencionando a culpabilidade dos réus. Devo aqui indagar: quanto tempo ou quantas linhas a mídia cedeu à defesa?

No segundo caso, ainda em evidência, se o jogador de futebol sair sozinho na rua, a população é capaz de enforcá-lo em praça pública, ou mesmo esquartejá-lo, já que o acusam disso.

Desta vez, O Ilustre Delegado resolveu por bem aparecer. Como um árbitro de futebol que quer ser o espetáculo se esquece que o público pagou o ingresso para assistir ao jogo.

Deu inúmeras entrevistas, antecipou confissões, inverteu fatos. Um fiasco.

Para minha surpresa, houve tempo para a defesa e pasmem novamente, foi no programa da Ana Maria Braga!!!!!!

Mais você??? E o Datena, Jornal Nacional, Jornal da Globo, Jornal da Record, O Globo, Folha de São Paulo?

Houve condenação sumária dos envolvidos, cujo direito de defesa foi ceifado quando toda a população acredita e pede pela suposta justiça.

Continuaremos na próxima postagem.

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