ELEIÇÕES - Breve nota sobre os políticos e suas artimanhas

Olá pessoal....

Como vocês já puderam perceber, 2010 é ano eleitoral e a campanha política que em outras épocas já teria se iniciado, mostra-se mais discreta.

Em que pese as inúmeras tentativas do Presidente Lula em fazer campanha fora de ora, a tentativa do "PSDBista" Serra em abarcar o maior numero de eleitores possíveis em seus comunicados na televisão, nada disso chama mais a atenção deste que vos escreve do que as práticas vexatórias em Mato Grosso do Sul.

Tomo por base o que vejo na Capital, Campo Grande. Algumas pessoas possuem cadeiras cativas e numeradas nas Câmaras Municipais e na Assembléia Legislativa.

Algumas, acredito não saberem fazer outra coisa! Aliás, não sabem sequer ser bom político ou fazem de conta que são.

Trago à baila também a denúncia de que o Coronelismo ainda não acabou! Ah! que novidade, não?

Não é nova a máscara vestida pela imprensa local que somente noticia o que dá IBOPE. Não é nova também a notícia de compra de votos que assola nosso Estado.

Mais antigo, é o medo dos divulgadores da notícia de se verem prejudicados pelos detentores do poder político.

O "puxa-saquismo" é tamanho que chegar a lembrar a novela Sinha Moça, onde ninguém gostava do Barão de Araruna, mas também não tinham coragem de se rebelar pois, os que cogitavam a possibilidade, estavam previamente condenados.

A imprensa local é séria em quase todos os aspectos pois, quando se trata de política, ou tremem feito "vara verde" ou "puxam o saco" a ponto de chamar de amiguinho, antigos conhecidos, de homens sérios.

A imprensa e a política aliás serão objetos de uma próxima crítica ser publicada neste Blog. Voltemos às eleições 2010.

Na semana passada a campanha iniciou a movimentação de sua engrenagem com uma singela apresentação pública das bandeiras na Avenida Afonso Pena.

Singela para aqueles que por lá passaram mas, ridícula e humilhante para aqueles que se prestavam a tal ato.

Digo isso não porque julgo os que balançam a bandeira para aproveitar o período eleitoral para ganhar um "extra" e aumentar a renda familiar já que passarão os próximos anos esquecidos ou vivendo sem o auxílio do poder público que ajudou a eleger.

Mas sim porque, ao passar pela Afonso Pena no sábado, pude perceber que diversos funcionários públicos lá estavam a balançar suas bandeiras, com sorrisos amarelos e rostos avermelhados de vergonha.

Será que els são obrigados a estar lá? Ah! será?

Se estivéssemos assistindo ao programa "Os cara de pau" assim seria resumido:

"é a velha tática dos chefes do executivo em fazer os comissionados trabalharem para manter seu emprego público sem concurso, não pagar por nenhum extra e ainda passar pra população que eles estão ali porque gostam do candidato".

Cá pra nós, volto a dizer, ridícula e humilhante! E olha que isso não é privilégio do atual governador, mas de todos que vi desde que entrei na escola passaram pela cadeira maioral do Estado Federado.

Há uma singela possibilidade de todos os funcionários públicos comissionados gostarem tanto de seu candidato que optaram por livre e espontânea vontade acordar às 7 da manhã, num sábado e se dirigir ao centro da Capital balançar sua bandeira e demonstrar sua intenção de voto para as eleições de outubro.

O humorista Mendigo diria: "Ah Tá!" O comentarista Neto, não menos sarcástico interpelaria: "É brincadera" e o glorioso Milton Leite encerraria com um sonoplástico "Que beleza!"

Adentrando agora ao campo social, percebemos que os anos passam e parece que nada muda. Aliás muda muito pouco! Se observarmos, os políticos são os mesmos de 40 anos atrás, ou mais.

Pergunta-se: Alguém ali já leu a Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul? Alguém de nosso Estado já trouxe algo inovador para o mundo que não seja cópia da legislação aplicada em outros lugares? Duvido.

Algumas pessoas ainda inocentes caem nos contos de fadas e promessas desses políticos, outras corruptas se acham na obrigação de levantar fundos ou gerar qualquer vantagem pessoal, chegando a até requerer sejam pagas suas contas pelos eleitos.

Mas o que se vê em verdade é a farra com o dinheiro público, as incontáveis infrações legais, as falsas licitações, impunidade e imunidade.

Quem fiscaliza? Quem olha por nós? Tribunal de Contas? Corregedoria? Nunca! Ninguém!
E não vem me mandar texto em "pps" de jornalista holandesa que exalta o Brasil porque essa senhora se veio aqui entrou pelo hall da elite, ficou pouco tempo e se iludiu com as belas palavras e belezas naturais exuberantes, também jogadas às traças em MS.

Nem se fale da nomeação do Waldir Neves para Conselheiro do Tribunal de Contas. Confesso que sumiram as palavras.

Mas devo garantir-lhes que não sou um pessimista, um daqueles que acredita que o Brasil não tem solução, que a culpa é somente do político corrupto. Compartilho da tese da culpa recíproca.

Dividi-se em 80% aos políticos e 20% da população.

Digo isso porque quem detém o poder tem a obrigação de zelar pelo povo, de tratar com seriedade o posto que assume e fazer valer a confiança nele depositada. Se isso fosse seguido, não seria necessária a fiscalização popular das atividades dos políticos.

Daí surge a responsabilidade da população. O povo deve fiscalizar, mas fecha os olhos e reclama. Esquece-se, entretanto, que votou naquele que deu a cesta básica, que pagou um ou outro de seus débitos atrasados, que compra voto.

Não só eu, mas o todos vemos que a saída para o Brasil é trabalhar a educação do povo brasileiro.

Desenvolver um trabalho sério e desde a infância, para que as novas gerações cresçam aprendendo que os maiores valores são os morais, que as melhores brigas são as defesas de teses e não de interesses pessoais.

Aprendam que, seu vizinho é um ser humano e que possui necessidades como todos. Que seus filhos choram por um doce, reclamam um carinho, choram por um brinquedo, fazem birra, adquirem as mesmas doenças, comem da mesma comida.

Acredito em um futuro melhor, em pessoas melhores, em políticos melhores. Sei que há uma gama de cidadãos exemplares que dedicam sua vida ao próximo e, ao contrário do que se imagina, não são poucas.

E são essas em que devo acreditar!

Abraço à todos